Pular para o conteúdo principal

LEMBREI-ME DE VOCÊ

Ainda sinto a brisa a acariciar o meu rosto, é como se ainda estivesse na praia a esperar a sua presença para, em seguida, ir ao seu encontro. Foi diante de um vasto mar que os nossos olhares se cruzaram. Você estava bela e eu nem um pouco à vontade. Distribuindo sorriso, logo me cativou. Ficamos à distância, olhares vidrados um no outro, mas não insinuamos uma aproximação. Ficamos, assim, por um bom tempo, em êxtase! Decorrido esse tempo, cada um seguiu seu rumo.

Noutro dia, nada combinado, naquela mesma praia voltamos a nos encontrar, e a distância pela timidez delimitada, novamente, prevaleceu. A insegurança nos tornava impotentes, sem reação. Muito queríamos nos aproximar, trocar palavras, conhecer um pouco de cada um, saber um do outro e, mais uma vez, fomos comedidos. Parece até que ficarmos um perto do outro era querer muito, quando o que desejávamos, mais que tudo, era saber o que o outro estava sentindo e isso jamais conseguimos saber.

Ah, como eu queria ter te abraçado, quem sabe o medo em nós se acalmava! Porém, nada aconteceu, e o que sentíamos ficou engasgado até chegar, de novo, a hora de ir. Dentro do ônibus, ficamos bem próximos e, sem jeito, só os olhares falaram. Os amigos tentaram dar uma força, todavia, atabalhoados, em nada contribuíram, só nos deixaram mais encabulados do que estávamos e seguimos quietos, cada um em seu lugar. Depois desse dia, nunca mais nos vimos. Foi como uma despedida, na qual a emoção prevaleceu e nenhuma reação foi esboçada, apenas nos despedimos com um olhar terno e suplicante. Enfim, um adeus para nunca mais!

Criado em: 28/03/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

DAS BASES

  Como em um círculo vicioso, neste país, em todo sufrágio, percebemos, de forma descarada, a atuante presença do mirífico corporativismo das necessidades individuais. Elas subjugam, subvertem e relegam a utilidade coletiva das instituições a meros vínculos empregatícios, como nos tempos de outrora. Criado em : 06/10/2019 Autor : Flavyann Di Flaff

TOLICE

  Um dia, customizaram Deus, e conhecemos uma divindade submissa aos muitos e distintos caprichos de cada um dos seres humanos. Em seguida, customizaram a razão, e criaram o que não existia em seus pressupostos: a unanimidade. Então, ao defini-la, Nelson Rodrigues bem traduziu toda essa adaptação.   Criado em : 24/06/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

O MUNDO PERFEITO

  O mundo tá em franca decadência! Tem religioso, celerado enrustido, prescrevendo penitência a quem se confessa invertido.   Tem conservador progressista e progressista conservador. Corolário de um teatro congressista pra engabelar o incauto eleitor.   Segue o bonde sem freio desse mundo ilusório. O que é determinado pelo meio é certamente provisório.   Vende o pão assado no forno, que há pouco ardia, o cidadão, pelo capitalismo, alienado, pra obter o seu pão de cada dia.   O mundo tá perdido! Tem legalista contraventor e contraventor legalista. Assim, o cidadão é iludido até onde alcança a vista.   Esse é o mundo perfeito para qualquer salvador que pretende ser eleito. Um mundo repleto de discursos “olho por olho, dente por dente”, que atendem a externos impulsos por uma igualdade aparente.   Criado em : 05/02/2024 Autor : Flavyann Di Flaff