Ainda sinto a brisa a acariciar o meu
rosto, é como se ainda estivesse na praia a esperar a sua presença para, em
seguida, ir ao seu encontro. Foi diante de um vasto mar que os nossos olhares se cruzaram.
Você estava bela e eu nem um pouco à vontade. Distribuindo sorriso, logo me
cativou. Ficamos à distância, olhares vidrados um no outro, mas não insinuamos
uma aproximação. Ficamos, assim, por um bom tempo, em êxtase! Decorrido esse
tempo, cada um seguiu seu rumo.
Noutro dia, nada combinado, naquela mesma
praia voltamos a nos encontrar, e a distância pela timidez delimitada, novamente,
prevaleceu. A insegurança nos tornava impotentes, sem reação. Muito queríamos
nos aproximar, trocar palavras, conhecer um pouco de cada um, saber um do outro
e, mais uma vez, fomos comedidos. Parece até que ficarmos um perto do outro era
querer muito, quando o que desejávamos, mais que tudo, era saber o que o outro
estava sentindo e isso jamais conseguimos saber.
Ah, como eu queria ter te abraçado, quem sabe o medo em nós se acalmava! Porém, nada aconteceu, e o que sentíamos ficou engasgado até chegar, de novo, a hora de ir. Dentro do ônibus, ficamos bem próximos e, sem jeito, só os olhares falaram. Os amigos tentaram dar uma força, todavia, atabalhoados, em nada contribuíram, só nos deixaram mais encabulados do que estávamos e seguimos quietos, cada um em seu lugar. Depois desse dia, nunca mais nos vimos. Foi como uma despedida, na qual a emoção prevaleceu e nenhuma reação foi esboçada, apenas nos despedimos com um olhar terno e suplicante. Enfim, um adeus para nunca mais!
Criado em: 28/03/2021 Autor:
Flavyann Di Flaff
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