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REMORANDO

Não tinha estrutura, e a que existia, era coletiva. Não fazia sala, pois era ação insalubre, do tipo querer agradar a quem pouco se importa com isso. Em porta, de porta a porta, fechou-as para os quartos – outrora lugares de sossego – hoje, paisagens apocalípticas, abrigos inacessíveis aos meros mortais, transeuntes de uma escada, que tanto pode levar ao céu quanto ao inferno existencial.
Construção de portais de acesso ou de fuga, para um terraço com vista limpa ou turva de um mundo real ou idealizado, dependendo do estado emocional daquele que o visitar. Estruturas restritas, finitas, limítrofes entre o cosmo e o caos – um dos destinos que lhes for escolhido  contrariando, seja qual for a decisão, o direcionamento único de seus idealizadores: o abrigo à convivência harmônica entre cada uma de suas partes.

Criado em: 12/09/2019 Autor: Flavyann Di Flaff

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