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O TEMPO DA COLHEITA


Vai, tira a tua máscara social! Ornamento que a anfitriã da festa te impôs para que pudesses participar, porque, apesar do convite enviado, aquela foi o bilhete de entrada – condição sine qua non.

Revela-te! Mostra os teus anseios, as tuas paixões, tudo em desmedida conta, ilimitada, fruto do teu descontrole – cavalo sem cela e sem arreios. Deixa o prazer ser o teu fiel conselheiro nesta hora, o garanhão dominante no harém de tuas inúmeras e distintas veleidades. Aquele que desvelará vastas paisagens dionisíacas sob promessas sempiternas de um perene regalo de leite e mel e, nunca, de labor e fel.

Neste deleite, fazes a semeadura respectiva, certo da colheita recompensadora! Convicto de que os frutos vindouros serão a continuidade dos aprazíveis instantes desfrutados. Mas não ocupes, tu, as horas de tua existência com tão insinuante pensamento! Atentas, apenas, com o seguir reto dela – vereda inexorável para os que se extraviam –, refazendo o que assim necessitar. Uma vez que a colheita chegará, tão certa como o nascer e o morrer, na medida determinada pela nossa semeadura.

Criado em: 08/09/2019 Autor: Flavyann Di Flaff


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