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AÇÃO POR INDUÇÃO

Já faz parte do imaginário popular que toda comissão parlamentar de inquérito não dá em nada. Não por falta de competência, mas por excesso de zelo dos parlamentares em proteger os seus pares de alguma punição oficial.

De fato, as comissões não são feitas para terminar em condenação nos tribunais oficiais. Elas são criadas para dar munição aos ataques midiáticos produzidos por quem, realmente, tem interesse particular na mudança da política econômica do país.

Em um mundo globalizado tecnologicamente fica fácil induzir a massa de acordo com o que se deseja. O poder possui suas formas de autorregular-se, uma delas é garantir a espetacularização de algumas de suas ações. Nesse caso, as acareações realizadas dentro do parlamento são, simultaneamente, jogadas na mídia, que, de forma especializada, particulariza e cria uma linha geral para elas como uma colcha de retalhos, para, em seguida, espalhá-las como se fossem verdades que fazem parte de um só contexto. Com essa generalização, a probabilidade de induzir a massa a julgar e condenar é imensa, já que o povo se ocupa mais com a vida prática do que com a reflexiva, quando deveria fazer uso da justa medida entre ambas.

Percebemos, então, que o “dar em nada” é proposital, já que gera a indignação por omissão consentida. Isso é potencializado e internalizado na opinião pública através dos bombardeios massivos daquela generalização. Dessa forma, induzida midiaticamente, pensando estar cumprindo com o seu papel, exerce o poder de juiz sobre o tema exposto ao longo de todo o seu cotidiano. Quando, na verdade, está agindo como um fantoche na mão de hábeis manipuladores que, dando as opções, estimulam a escolha por eles desejada.

Criado em: 09/06/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

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