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FIM DO AMOR

Ah, Amor, como me foi caro aceitar que te perdia! Vendo-te agora nesta urna funerária, relembro os momentos que tivemos contigo. Como toda novidade, causaste imensa euforia em nossos corações por um bom tempo, até que... confuso, não consigo identificar o exato momento em que começamos a te perder. Talvez, quem sabe, tenha sido quando começou a imperar os desejos individuais em detrimento da felicidade coletiva. Mas, agora, do que adianta remoer o passado, se jaz inerte e para sempre no peito daquela, que, também, um dia, te acolheu.
No teu funeral, Amor, só eu estava inconformado, porque aquela, nem lágrimas de crocodilo derramou, apenas se deu ao trabalho de fingir sofrer. Na verdade, abatida estava, mais por não saber escolher um entre tantos que “conhecera” – encontros surreais − do que pela falta que tu farás. Diante disso, que te lancem logo no jazigo do Cemitério do Esquecimento, pois não aguento mais tanta dissimulação. Que fechem logo o sepulcro caiado, para que a tua presença física não mais revele a verdadeira personalidade daqueles que ficaram e não te aceitaram como eras.


Criado em: 11/08/2013 Autor: Flavyann Di Flaff

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