Sei que Freud disse que a linguagem é o
lugar do ocultamento, que o verdadeiro desejo por ela relatado não se revela.
Sei também, que uma ação vale mais do que mil palavras. Mas eu que sou das Letras,
não posso furtar-me de expressar, sem recalques ou dissimulações, o que sinto.
As ações advêm de palavras bem-ditas em encontros casuais que, depois,
transformam-se em encontros marcados, culminando em um relacionamento.
Portanto, pausa no intelectualismo, pois, hoje, sou todo sentimento e para
isso provar, vou a todos contar o que se passa comigo.
Não sei mais o que faço para sair desse
embaraço que está o nosso amor. Já recitei Manuel Bandeira, Vinicius de Moraes,
Pablo Neruda. Já cantei Lupicínio, Noel e Cartola, mas não abriu, em Rosa, a
pedra que em seu peito traz − materialização da insensibilidade que agora o habita
−, esse que já foi o refúgio da paz e do qual esta paixão por Rosa me tirou.
Ah, pelo visto, Rosa, a nossa história de amor vai dar em samba! Samba-canção cuja letra fala do sentimento verdadeiro, porém confuso, entre um malandro letrado e uma nêga poderosa, chamada Rosa.
Criado
em:
25/08/2013 Autor: Flavyann Di Flaff
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