Vivemos tempos sombrios! A semeadura dos
campos semânticos, há algum tempo, já germinou e começou a dar frutos. Os que
daqueles colhem, carentes de humanidade, delegam sentidos torpes que geram
gosto ruim em quem prova dos seus frutos pela primeira vez, tornando-os desagradáveis.
Certos termos deveriam ser uma tentativa
de reconhecimento do valor do outro, e não uma ferramenta cuja utilização seja
como arma desenfreada de destruição identitária. Encaixando o outro em uma
narrativa forjada, única e exclusivamente, para torná-lo impotente e submisso
diante de seu opressor, que se apresenta como o grande paladino de uma nova
ordem social, senhor de toda ética e moral, com direito ao poder absoluto de
acusar, julgar e condenar, se assim lhe convier. Quando, na verdade, este é
mais um agente, um fantoche do sistema que devora a ambos.
Hoje, o que vemos, sob uma pretensa e nobre bandeira ativista de desconstrução social, é uma atribuição pejorativa de valor, sempre de acordo com a conveniência de interesses meramente pessoais, através de termos ou expressões já consolidados ou recém-criados, cujo propósito é o de desqualificar o semelhante ao rés do chão, só para atender aos caprichos de um ego ferido. Concluímos, diante do que vivenciamos dia a dia, que, agora mais do que antes, a animosidade e o revanchismo permeiam as relações humanas, sejam elas constantes ou efêmeras. Delimitando, impositivamente, a imagem de quem nos seja contrário.
Criado em: 11/02/2021 Autor:
Flavyann Di Flaff
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