Como em um álbum de velhas fotografias,
ali estava ela estática a me olhar. Um holograma que reproduzia, perfeitamente,
alguém presente em uma fase da minha vida. Não mudara em nada no que diz
respeito à época vivida, como se quisesse levar-me, conscientemente, a um tempo
de muitas descobertas. Não me assustei, talvez por estar com a sensibilidade
aflorada devido às baladas de outrora, as quais estava a escutar vorazmente.
Ela continuava ali, presença insistente,
querendo convencer-me a embarcar nesta viagem saudosista e eu, que pelo
momento quase fui traído, tenho um lapso de consciência, o que faz lembrar-me
do exato instante em que a vi pela primeira vez. Tudo veio à tona em segundos e o que prevaleceu naquela época, também foi mais forte no presente: a timidez.
Essa indelicada conselheira me fez hesitar novamente e vi toda a frustração de
outrora se repetir. Nessa hora, a música que começa a tocar é a mesma daquela
circunstância, o que faz com que retorne à realidade e chore, só que agora de forma sofrida, não por imaturidade, mas por arrependimento.
Criado em: 28/03/2020 Autor:
Flavyann Di Flaff
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