Desde o início
desse mês, indiscriminadamente, você vem enviando mensagens de boas festas. São
palavras pré-fabricadas de carinho, otimismo, felicidade, entusiasmo etc.,
muitas delas nem são lidas antes de serem enviadas, apenas foram escolhidas
pelos enfeites coloridos que possuem. Todavia, você e milhões de outras pessoas
foram motivadas por essa histeria chamada modismo, um gesto comum a toda uma
multidão que sequer se preocupa em ser autêntica, pelo menos, uma vez por ano. Mas
como ser autêntico não agrada a todos, é melhor e mais sociável agir com a
conveniência de uma comodidade mais “humanamente” gentil de demonstrar o que
deveras sentimos para com os nossos, imagine para com os demais.
Diante de tantas
demonstrações afetuosas de uma falsa consideração, fico a pensar se todos
estão realmente prontos para dar tanto, sem sequer sentirem um pouquinho de
receio de nada receber de volta. Coisa difícil para uma raça que vive constantemente a exigir atenção daqueles que a cercam, sem que, para isso,
disponha-se a retribuir na mesma monta.
A raça humana é contraditória de fato, vive a fazer movimentos pela paz, enquanto está sempre
em conflito com os seus; deseja para si amor, carinho e compreensão, enquanto
não se dispõe a agir da mesma forma para com os demais; diz viver para ajudar os outros, enquanto
dá as costas àqueles que lhe são mais caros.
Esperança de
mudanças todos têm, mas, no fundo, algo nos incomoda, como a dizer-nos que a mesma esperança é vã. Que apesar de você começar a mudar a sua forma de pensar e de agir, outros
continuarão a ser contrários e, dessa forma, a humanidade continuará a ser a mesma de
sempre.
Criado
em: 03/03/2020 Autor: Flavyann Di Flaff
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