Três
horas, espero o ônibus. Muita gente, umas iguais, outras diferentes. Euforia, chega
o ônibus. Correria, porta, escada, todos entram. Passagem, roleta, dianteira,
cadeira.
Movimenta-se
o ônibus. Vejo, em um breve percurso, paisagens urbanas passando, e, a seguir, chega
mais uma parada. Novas pessoas sobem. Os meus olhos fitam alguém, é uma garota
graciosa e interessante. De repente, nossos olhos se cruzam, mensagens
silenciosas são trocadas, talvez, o amor. Surge um desejo de diálogo, mas nos faltam
palavras. Restando, apenas, olhares interessados de corações apaixonados.
Uma
nova parada chega, eis que desce a garota bela. Entro em desespero. Corro à
janela, lanço um último olhar e um aceno triste, que logo é retribuído. Tal
momento é bem guardado e retorno, novamente, à solidão interior do coletivo.
O coração, esperançoso, pensa em um reencontro. Quem sabe, em um dia qualquer, noutra viagem, aquela garota, de novo, entrará sorridente no mesmo ônibus que eu.
Criado em: 15/10/1991 Autor:
Flavyann Di Flaff
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