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AUSÊNCIA

Na calada da noite, a tua lembrança me perseguiu e fez ver que ainda a tua falta eu sentia. Essa carência é tamanha, que na ausência da tua boca, beijei a boca da noite, e na falta de tuas carícias, deixei-me acariciar pela brisa que, nesta noite, passava.

Em meu coração, já pedia entrada a angústia de estar só! Então, deixo-a entrar e isso me faz derramar um mar de lágrimas, sem que nele consiga afogar esta imensa solidão em que me encontro agora. Já muito abatido, dirijo-me ao quarto amigo, onde apenas ela, a tal soledade, está a me esperar. Mas ignorando-a, aceito o abraço reconfortador do sono, esperando que ele, com o seu fiel companheiro, o sonho, leve-me para além desta dura realidade chamada ausência do ser amado.

Criado em: 29/06/1993 Autor: Flavyann Di Flaff

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