A política de um país não se constrói apenas nas instâncias de poder, mas também na forma como a população reage e se posiciona diante dela. Em sociedades marcadas pelo clientelismo, cria-se uma engrenagem perversa em que governantes e governados se retroalimentam: de um lado, os políticos oferecem favores, cargos e benefícios particulares; de outro, a população, por conveniência, comodidade ou sobrevivência, aceita e perpetua esse sistema, ainda que critique em público seus desmandos. Esse paradoxo revela-se na figura do "político de estimação", já que muitos cidadãos, mesmo conscientes da corrupção ou do abuso de poder, optam por relativizar os erros de quem os representa, defendendo-o como se fosse um parente ou amigo íntimo. Tal postura enfraquece o debate público, reduz a política a rivalidades passionais e mina a construção de um Estado verdadeiramente republicano, no qual o interesse coletivo prevalece sobre os vínculos pessoais. Assim, não basta denunciar o corp...
Que a solidão seja um encontro consigo mesmo para renovar a força interior, e, nunca, a medida exata do quanto estamos sós!