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SAUDADE

Pela rua seguia a Saudade,
por onde ela entrava,
eu a perseguia como cão perdigueiro
em um ato corriqueiro.
Ela entrou em um bistrô,
e eu sentado lá estava
ao lado de quem já me deixou.
De repente, fui tomado
por uma sensação angustiante
de quando fora abandonado
e, em um instante,
lá eu já não estava mais.
Pisquei os olhos,
e a Saudade, num zás-trás,
logo entrava noutro recinto.
Bicha sutil e matreira,
fez-me sentir o que não senti
a vida inteira.
 
Criado em:
19/05/2021 Autor: Flavyann Di Flaff

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