A
moldura do mundo
está
ao alcance de nossas mãos,
que, guiadas por desejos fugidios,
acessam
as artes abstratas dos outros,
entorpecendo-nos
em relação ao concretismo
maledicente
das que igualmente criamos.
Moldura
do mundo –
(Sub)representação da realidade.
Vitrine
do mostrar-se como não se é,
refúgio
momentâneo do não-querer-sentir,
catedral
do querer-ser-o-que-não-é.
Moldura
do mundo –
esboço
ingênuo do ente perfeito – que,
sempre
embasado na fraqueza individual
em
não seguir uma lógica racional de vida,
permanecerá
em um intermitente poderia-vir-a-ser.
E
nesta frustração de cada um,
o
coletivo desalento
dá
lugar à condenação de si mesmo
através
do julgamento público do outro.
Com
esses movimentos, cores e tessituras encorpadas,
às
vezes, (in)conscientemente formuladas,
damos
vida a inúmeras e distintas artes pessoais,
que
pela moldura do mundo
parecem-nos
improváveis, irreais.
Criado
em:
11/08/2019 Autor: Flavyann Di Flaff
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