Enche a cacimba os olhos-d’água para
dar de beber àquela que não deixa esquecer, cotidianamente, a quem não está
presente. Refeita, alimenta a fogueira de sentimentos com pequenas lascas de
lembranças, das quais estavam órfãos os
que permaneceram. Com o passar do tempo, aumenta a distância, estreitam-se os
laços, efeito que não se explica, apenas, sente-se.
Águia faminta que, incessantemente, vem
dilacerar a natureza humana do ser penitente, na qual impera a lei da
sobrevivência, razão pela qual se renova sempre. Para, em ato contínuo, ser
dilacerada por seu algoz de novo, enquanto durar a eternidade dos atos e fatos
presentes. Simultaneamente, segue a carpideira em constante e exaustivo ofício,
tendo como pagamento uma pesada e ingrata carga emocional.
Quanto de dor ainda suportará o peito contrito? Por quanto tempo ainda permanecerá o vazio deixado? O tempo nada responde, apenas segue adiante como um corredor obstinado em uma maratona sem fim! Restando, para todos, o dever de ter o esmero nas atitudes a partir de agora. Construindo, assim, um porto seguro para ver atracar, de volta, aquilo que se deixou partir.
Criado em: 30/08/2014 Autor: Flavyann
Di Flaff
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