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METÁFORA DE UMA SEDUÇÃO

A rainha, com toda a pompa que lhe cabia, anunciou que daria um banquete e, aos poucos, foi revelando o que nele seria servido. Falou, com riqueza de detalhes, o que compreendia cada um dos pratos, desde a entrada até a sobremesa. Ouvindo de camarote, um lorde ficou tentado às inúmeras iguarias anunciadas. Não que fosse um constante degustador, mas, por conhecê-las, o desejo de experimentá-las, falou mais alto.

O tempo passou lépido e não se viu nenhum preparativo para o tal banquete, apenas insinuações pairavam no ar. Foram, aos poucos, percebendo o assunto se amornar na fala cotidiana da rainha, como se desencantada estivesse em razão de alguma coisa ou fato, mas como nada comentara, a expectativa permanecia viva.

O tempo e a vida seguiram normalmente, e a comilança anunciada findou em insinuações desmedidas e sem fundamentos. Dando a entender que fora mais um canto de sereia com o único propósito de atrair marujos incautos.

Criado em: 01/01/2014 Autor: Flavyann Di Flaff

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