O vento da desesperança soprou e trouxe
as nuvens do cansaço para mais perto. A noite se fez presente, alongando-se
horas a fio, sem deixar pistas se logo partirá ou se permanecerá indiferente ao
meu estado, causando a amplitude da espera em que já me encontrava.
Hoje percebi que a espera não retém o
tempo, já que este continua a correr livre pelo espaço, porém aquela tem o
poder de reter a nossa impaciência. Queremos tudo para ontem, mas chega ela e
diz: – Tudo no momento exato, nem antes e nem depois! Aguarde e deixe os
acontecimentos conspirarem a favor. Como aguardar, se as primaveras já avançam
existência adentro e a cronologia me diz que há desperdício de tempo? O estágio
de vida em que me encontro, diz para ter urgência nos acontecimentos, encontros,
nas partilhas, entrelinhas das palavras que mais parecem apelos camuflados, nos
quereres mútuos. Enfim, em viver o que se pode ser vivido!
Ah, quanta angustia me causa esta espera! Mas será culpa dela? Ou de certa complacência? Diante do tempo já decorrido, não procurarei respostas para tais questionamentos, apenas, quero que tal espera não seja em vão.
Criado em: 25/01/2014 Autor: Flavyann
Di Flaff
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