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O PREDADOR

 

Ah, o amor!
Permitiu-se convencionar.
Para ser aceito, até começou a fazer as vontades do grupo.
Quem diria, tornou-se um grandessíssimo maria-vai-com-as-outras.
Tanto que, pela tecnologia, deixou-se alienar.
Criou perfil em diversas redes sociais.
Agora a vida é vivida em stories, posts, feeds,
reels e afins, todos sempre em dia.
A superficialidade é seu mantra, e a sua mente aliciada,
com a artificialidade se encanta.
Certo dia, sentindo um vazio ulterior, despiu-se da vergonha,
único e último modelito que possuía, e foi expor-se nu.
Despiu, não a alma, mas o corpo,
na intenção de preencher a ampulheta de fugas ilusórias.
O que se fazia cheio no começo, ao final do dia,
esvaziava-se novamente, em um círculo vicioso
ao qual se deixou aliciar.
Dizendo-se forte, refaz-se sempre em uma conotação negativa,
em virtude de sua escolha existencial.
De contatinho em contatinho,
desmonta-se a sua aparente realeza, revelando o embuste.
Então, percebemos que se trata de um farsante,
que, de amor, nada possui; é apenas desejo,
vontade de um contumaz predador.
 
Criado em: 03/05/2022 Autor: Flavyann Di Flaff



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