O
último carnaval foi há dois anos. De lá para cá, o que não faltou foi
inspiração para os decompositores da coisa pública. Ah, não resistimos aos
carnavais que eles fazem! Quando se juntam os Três Mosqueteiros, que, na
verdade, são quatro, a criação de enredos mirabolantes aumentam de forma significativa, e a folia acontece com todo o incentivo midiático e apoio popular.
Independentemente
do enredo principal, sambamos com gosto e vontade. Dançamos todos, embalados pelos
acordes maliciosamente arranjados em um marketing emocional certeiro.
Não
há tragédia que constranja, pois o espetáculo deve continuar. Afinal, os
especialistas disseram que o carnaval foi criado para fugir dos problemas
cotidianos e não como consequência de fugazes alegrias.
Sob os calorosos aplausos de um público dividido, uma vez que cada um tem a sua escola de estimação, o desfile das alegorias sobre temáticas em evidência segue democraticamente, pois, assim, o engajamento da massa é total.
Levados por tão elaboradas fantasias, cedemos aos apelos emotivos delas. Por fim, abraçamo-las como se fossem as nossas próprias causas, porque não são, e entramos numa histeria coletiva, sem discernir nada, apenas indo com a multidão, todos no bloco da maria-vai-com-as-outras.
Criado
em: 23/04/2022 Autor:
Flavyann Di Flaff
Comentários
Postar um comentário