A vida entrou em um automatismo irreversível.
No piloto automático, fazemos de um tudo. Atribuímos e agradecemos este
fabuloso conjunto, praticidade e comodidade, ao mundo virtual, como se as
nossas vidas fossem preservadas a cada não esforço exercido. Assim, seguimos fingindo
não ter consciência de que o sedentarismo existencial é a aceitação passiva de
nossa finitude. Afinal, somos a espécie topo de cadeia, não admitimos jamais
falhar, muito menos aceitar o game over passivamente, pois a vida é um
bônus infinito que recebemos ao vencer as complexas fases de Life is
strange.
A mente resumida a nada guardar; a vida, a
um fardo insuportável; o amor, a um eufemismo de posse; a empatia, a uma
fraqueza emocional; o respeito, a um ato de inferioridade; a vivência de uma
experiência, a um mero status nas redes sociais. É a técnica de machine
learning convertendo as ações do ser humano em um perfil sintético complexo,
já quase em um caminho sem volta.
Assim caminha a Humanidade em um contínuo entorpecimento da realidade, seja por meio de substâncias, seja por meio de sentimentos, ambos sintetizados por um eterno desejo de fuga.
Criado em:
15/03/2022 Autor: Flavyann Di Flaff
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