Teu amor – fenda das palavras escritas na areia –
dura o tempo necessário para me dar a impressão de se constituir em uma quase-forma
concreta e absoluta. Posto que o teu fingimento, logo vem como onda sobre a inscrição
e a apaga, consumando o ato desumano.
Penetrando, como lança mortal, o meu
carente ser, aquele ato descreve algo premeditado. Já que a ação hedionda tanto
pode convencer quanto enganar aquele que é convencido. O autor, ser ativo da
ação, pessoa performática, transfere, para o ato, a intenção que bem lhe convier,
e sem medir consequências. Por isso, na vã tentativa de levar adiante esse
sentimento que, em mim, despertaste e logo desprezaste, morri na praia.
Criado em: 29/02/2020 Autor:
Flavyann Di Flaff
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