A flor estava exuberante! O jardim –
velho conhecido – mantinha o mesmo cenário caótico, mas a flor, ah, aquela
flor! parecia ter sido cingida pelos dourados raios do sol da manhã, tamanha
era a sua beleza, agora, radiante a sua figura. Não fosse noite, mereceria um
agrado daquele que, sem muitos rodeios, é merecedor do codinome beija-flor.
A Natureza tem lá os seus caprichos! Pela
manhã, já passara, como de costume, a voar despretensioso pelo jardim, o
colibri. Seus olhos há muito se debruçaram naquela que, hoje, era pura
autoestima. Enamorado ficara, sem nunca a ter tocado. Então, movido por algo mais
forte, mesmo tendo anoitecido, venceu a sua natureza e lá se foi ver a musa, porém, ao
chegar no habitat dela, estremeceu. Não sei se por ser noite, na qual reina
apenas as luzes artificiais, pensou ter visto uma terceira figura, o que fez com que o seu coração logo acelerasse e a sua mente viajasse, gerando um nó em sua garganta. Tinha pensado em falar tantas coisas, todavia já não era mais possível, e o caos se instalou em seu frágil ser, devorando as suas certezas, para, depois, vomitar dúvidas infindáveis em relação ao comportamento daquela a quem desejava. Tudo agora se tornou noite – escuridão
eterna – enquanto durar essas cismas ou até que se esclareça o que parece nunca ter acontecido.
Criado em: 25/07/2014 Autor: Flavyann Di Flaff
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