Na Faixa de Casa para a rua, o barulho
ensurdecedor dos fogos a estourar pelas mais diversas partes da área
residencial impera.
Sem se importarem com crianças de colo,
velhos, doentes e os cansados do cotidiano pela sobrevivência de cada dia e em
nome de uma devoção tradicional, que em nada advoga em prol do comércio dessas
"armas festivas", investem contra a paz e o sossego coletivos.
Da janela de um prédio residencial,
vislumbro o cenário dessa guerra sacrossanta
no qual a queima da vegetação, que fora tomada das nossas matas, gera um
nevoeiro denso e de odor insuportável como gás lacrimogêneo de forças
repressoras a nos impelir a não lutar pelo nosso direito de ir e vir, sem que
soframos coação alguma.
Escaramuças de soldados intocáveis... que
ECA! manipulados pelos Senhores do Caos que os protegem, seguem alimentando a
cena dantesca com mais e mais artigos dissimuladamente infantis, porquanto
possuem aspectos e consequências semelhantes a materiais bélicos. Aquelas são embaladas
por uma trilha sonora – ecos das almas penadas do Inferno existencial – que as
instiga à continuação do ato insano.
Refugio-me em vão, pois esse território é apenas uma fração − retrato fiel − do que ocorre em toda a região. Nessa guerra instituída religiosamente, não sofremos danos carnais, mas, por dias seguidos, somos vítimas psicológicas dela. Restando-nos, apenas, esperar que cesse, todavia cientes que a mesma cena se renova todos os anos.
Criado
em:
23/06/2013 Autor: Flavyann Di Flaff
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