O porto, antes, seguro, fez-se terra firme!
A intrépida nau das emoções e sentimentos há muito sumiu do mar e se aboletou
no estaleiro das coisas previsíveis. Reflexo do tenebroso costume em que se
converteram as ações iniciais, antes cheias do brilho da novidade.
O tempo passou e, com ele, as estações
mudaram. O que antes dava frutos, hoje só tem espinhos. A fonte que outrora
jorrava gênesis, agora só lágrimas de apocalipse. Mas segue a costela de Adão a nada se fazer entender – inquisidora hipócrita de pecados – pois também são
seus.
A terra, antes, firme, fez-se movediça! A
garantia de reciprocidade ao que seria ofertado, aos poucos, fragilizou-se. O
que era basilar, desfez-se em grãos de descontentamento mudo, iludindo o par, já que a estrutura continuava intacta.
Nesse faz-de-conta surge a Esfinge, só
para cumprir com o seu ofício especificado há milênios, entretanto a sua presença, claramente,
tinha ares de zombaria. Uma vez que a tristeza devorava lentamente uma das partes
envolvida, apesar desta decifrar o enigma.
É certo que a tragédia tem seus moldes, contudo é inevitável a perplexidade diante daquele que os executa, principalmente,
quando o conhecemos bem de perto. O reconhecimento é fato, a peripécia, algo
demorado a se perceber e a catástrofe, inevitável. Assim, aquela se anuncia no
horizonte tranquilo de uma vida pacata que virou hábito para os dois.
Criado
em:
29/06/2013 Autor: Flavyann Di Flaff
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