Quando conheceu o mar, pela primeira vez, ficou
maravilhado! Amou o vaivém de suas ondas e o quis para si.
Toda manhã, dirigia-se à praia para o encontrar.
Angustiava-se por não o reter, e vendo que o mar, ao seu lado, não parava,
chorou. Prometendo a si mesmo que não mais o procuraria.
Fez-se distante, mas toda vez que a saudade batia,
as lágrimas rolavam e o gosto salobro o fazia recordar daquele que lhe
encantara. Então, por não entender o porquê de não ser correspondido, a
tristeza o habitava.
Fingia não saber que, enquanto houvesse sentimento pelo
mar em seu coração, não teria paz. Uma vez que o amar traz coisas boas, e também
inquietações em relação ao outro e, nem sempre, esse é capaz de percebê-las, não
por indiferença, contudo por pensar que não há compromisso algum, a não ser o
de se verem e, em silêncio, sentirem apreço um pelo outro.
Quando o sol, ensejando o fim da reclusão imposta, voltou a brilhar, sentiu o cheiro marinho no vento. Então, como que atendendo a um chamado, foi ao encontro do mar. Já na praia, viu-o agitado, batendo nas pedras, fazendo-se presente. Como de costume, olharam-se sem nada dizer. Todavia, aquele dia era diferente, havia, no ar, um sinal de fim de caso que fora percebido por ambos. Não houve afagos, só o silêncio a determinar a sequência do que ficara exposto nos gestos, e cada um tomou o seu rumo, o mar e ele retornaram a seus leitos. O mar para se acalmar e depois voltar a beijar a praia, ele para chorar as suas mágoas e aprender que não se prende o que já é livre por natureza.
Criado em: 05/05/2013 Autor: Flavyann
Di Flaff
Comentários
Postar um comentário