Pular para o conteúdo principal

A VIDA NÃO É FEITA SÓ DE FATOS

A nossa vida são fatos, mas não apenas linhas secas de um diário ou marcas em pedra. São lembranças que se colorem de emoção, cada instante gravado não pela precisão do relógio, mas pela intensidade do que sentimos.

O que seria da infância sem o cheiro de pão quente ou o riso que se derrama pela rua? O que seria do amor sem o tremor nas mãos, o coração em descompasso, a memória que insiste em guardar o brilho de um olhar?

A vida, em sua essência, é um mosaico de percepções: dor que ensina, alegria que expande, saudade que nos costura ao que já foi. Não nos recordamos apenas do acontecimento, mas também lembramos de como ele nos atravessou, do arrepio, da lágrima, da explosão de esperança ou do peso do silêncio.

E, assim, seguimos, colecionando fatos, sim, mas, sobretudo, colecionando o modo como eles nos fizeram sentir. Porque, afinal, somos a narrativa de nossas próprias emoções: uma prosa escrita em carne, sangue e memória, sempre reescrita pela intensidade do coração.

                    Criado em: 2/9/2025 Autor: Flavyann Di Flaff 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

MUNDO SENSÍVEL

  E toda vez que eu via, ouvia, sorria, sorvia, sentia que vivia. Então, veio um sopro e a chama apagou.   Criado em : 17/01/2025 Autor : Flavyann Di Flaff

ILUSIONISTA DO AMOR

  O amante é um ilusionista que coloca a atenção do outro no ponto menos interessante, levando o ser amado a se encantar com o desinteressante. Quando o amante se vai, o amado age como um apostador, que, diante da iminência da perda, se desespera e tenta recuperar o que já foi. Mas, ao invés de encontrar o amor perdido, encontra apenas o reflexo de sua própria carência, como quem busca ouro em espelhos quebrados. Restando, então, ao amado, o desafio de enfrentar o vazio, reconhecer a ilusão e descobrir, enfim, que o verdadeiro amor começa, quando cessa a necessidade de iludir ou de ser iludido. Criado em : 14/11/2024 Autor : Flavyann Di Flaff

LOOP FARAÔNICO

  De um sonho decifrado ao pesadelo parafraseado. A capa que veste como uma luva se chama representatividade, e a muitos engana, porque a vista turva. Ao se tornar conveniente, perde toda humanidade. Os sete anos de fartura e os de miséria, antes, providência pedagógica, hoje mensagem ideológica, tornando o que era sério em pilhéria. A fartura e a miséria se prolongam, como em uma eterna praga sem nunca ter uma solução na boca de representantes que valem nada. O Divino dá a solução, e esses homens nada fazem, deixando o povo perecer num infinito sofrer, pois, basta representar, para fortunas obterem. E, assim, de dois em dois anos, os sete se repetem, como num loop infinito de fartura de enganos.   Criado em : 1/6/2025 Autor : Flavyann Di Flaff