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UM DIREITO QUE CUSTA CARO


O único momento em que os políticos parecem ser acometidos por uma pretensa consciência pública, é no período eleitoral. De tão ensaiada que é, até parece ser o esboço de um governo idealizado por todos nós, no qual a sociedade é tratada como sujeito no processo democrático de governar. Neste, o chefe do executivo vai até o povo e ouve atentamente as queixas de suas reais necessidades, prometendo, de forma afirmativa, que as suprirá. Mas que doce e fugaz ilusão! Tão logo cedemos os nossos votos, voltamos a vivenciar a cruel realidade cotidiana da nossa democracia.  
Vemos que o valor que nos fora dado até sairmos da cabine de votação, rapidamente, diluiu-se e, de novo, somos jogados ao ostracismo a que a praticidade no uso das urnas nos impõe. Este é um preço alto demais a se pagar para exercermos um direito que nos é imposto “democraticamente”, a cada dois anos, por um capataz de luxo que cumpre as ordens de um sistema eleitoral cheio de vícios.

Criado em: 07/10/2012 Autor: Flavyann Di Flaff

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