No mar da vida, como no reino de Poseidon,
as tempestades são constantes! No primeiro, estas são fruto de nossas escolhas,
nem sempre conscientes; já no segundo, são fruto da ira daquele deus.
Talvez por nunca ter sido um lobo do mar,
tenha, por um bom tempo, passado por inúmeras tempestades. Estas parecem que
nunca lhe ensinaram nada, tanto que, em suas atuais ações, ainda se comporta
como um autêntico marinheiro de água doce.
A vida que, outrora, parecia-lhe madrasta,
cessou as tempestades e mostrou-lhe a calmaria. De início, encantou-se e se apressou em desfrutar daquele merecido descanso. Mas a sua alma inquieta e
ansiosa, presa às agitadas águas pretéritas, impedira-o de compreender e
aceitar aquela mansidão. Então, com a dor e as incertezas da partida, ergueu a
vela e, com a consciência ainda pesada, partiu novamente.
Como numa reprise, lá estava enfrentando
mares bravios! A angústia tomava-lhe por inteiro, os sentidos clamavam por
ajuda, a ciência – uma velha conhecida − pouco ou quase nada lhe socorreu,
murmurou então ao Destino, e este, acionando a vida, trouxe-o à calmaria. Porém,
como antes, não se encantou e, muito menos, apressou-se, pois já sentia que não
queria estar ali. Falseou por algumas longas horas, colocou defeito em tudo,
até que não aguentou mais e ao mar retornou.
Agora, o marinheiro de água doce, segue seu rumo! Adentra neste mar bravio, não por destemor, porém certo de que surgirá alguém para salvá-lo, quando precisar, assim que se meter em perigo. Como muitos já surgiram e o salvaram, cada um à sua maneira, ao longo desse seu navegar.
Segue preso às sensações das águas tortuosas do ontem e à ansiedade das águas do porvir, o marinheiro de água doce. Esquecendo-se de aproveitar o navegar nas águas tranquilas do presente viver!
Crido em: 28/04/2013 Autor: Flavyann Di Flaff
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