Pular para o conteúdo principal

PASSADO REVESTIDO

 

O passado, há muito tempo, não se veste como se fizesse uma propaganda de naftalina. A partir da pós-modernidade, traja-se com a narrativa do momento, ainda cheirando às conveniências e aos interesses do tempo presente.

Refeito sob novos tons, não nega a sua essência, pelo contrário, ratifica a banalização como instrumento de aceitação coletiva para todo tipo de violência. Em tempos de “redes sociais”, a demanda por vieses de confirmação só aumenta, o que fortalece a polarização instaurada pelos que se revezam no poder.

Parece que não há solução a médio prazo, já que o pensamento crítico foi substituído pelo julgamento moral instantâneo, pois, a partir de uma postagem manipuladora, o júri é convocado. É a holofotação aliciando os instintos mais primitivos dos incautos navegantes dos mares virtuais, a fim de produzir a espetacularização de temas dissonantes da realidade cotidiana.

A cada novo salvador da pátria, um falso despertar! Quando despertaremos de fato? Talvez sejamos engolidos pela falácia de um entendimento simplista de alguns adeptos da pós-modernidade, que afirma que não existe mais verdade. E, assim, segue a humanidade!

Criado em: 08/3/2025 Autor: Flavyann Di Flaff

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

ANDAR NA LINHA

  Quem se disfarçar por entrelinhas, um dia, o trem pegará!   Flavyann Di Flaff      03/10/2020

ILUSIONISTA DO AMOR

  O amante é um ilusionista que coloca a atenção do outro no ponto menos interessante, levando o ser amado a se encantar com o desinteressante. Quando o amante se vai, o amado age como um apostador, que, diante da iminência da perda, se desespera e tenta recuperar o que já foi. Mas, ao invés de encontrar o amor perdido, encontra apenas o reflexo de sua própria carência, como quem busca ouro em espelhos quebrados. Restando, então, ao amado, o desafio de enfrentar o vazio, reconhecer a ilusão e descobrir, enfim, que o verdadeiro amor começa, quando cessa a necessidade de iludir ou de ser iludido. Criado em : 14/11/2024 Autor : Flavyann Di Flaff

MUNDO SENSÍVEL

  E toda vez que eu via, ouvia, sorria, sorvia, sentia que vivia. Então, veio um sopro e a chama apagou.   Criado em : 17/01/2025 Autor : Flavyann Di Flaff