Quando as circunstâncias, que regem a vida em sociedade, são manipuladas pelas instituições que deveriam zelar por ela, para que a massa permaneça em constante estado de sobrevivência, a racionalidade perde espaço para o instinto, instalando-se o caos do alheamento da realidade definitivamente. Nesse sentido, mas indo de encontro a essa terrível consequência, Garcia Lorca, no ato de inauguração da primeira biblioteca pública na província de Granada, sua terra natal, pronunciou a seguinte frase: “ Nem só de pão vive o homem. Eu, se estivesse na rua esfomeado e desvalido, não pediria um pão. Pediria, isso sim, meio pão e um livro .” Acerca do significado implícito nessa frase de Lorca, Odenildo Sena assim descreveu o seu processo de análise: “ Fechei os olhos e fiquei moendo e remoendo a frase. Ora, se alguém está esfomeado, o impulso mais evidente é querer matar a fome. Porque, como dizia minha Mãe, fome dói. Eu, se no lugar do faminto, iria querer mesmo era resolver esse pr...
Que a solidão seja um encontro consigo mesmo para renovar a força interior, e, nunca, a medida exata do quanto estamos sós!