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Mostrando postagens de junho, 2024

TEMPO PRESENTE

  Lá vai o tempo correndo feito menino arteiro, depois de fazer arte. Ao ver a cena, injuriado, saí correndo feito besta atrás dele, com a intenção de puni-lo, quando, na verdade, puniria a mim mesmo. Porque o tempo, por mais que façamos, não volta atrás, é prego batido e ponta virada. Pelo tempo e pelas circunstâncias da vida, tornei-me rude. Por medo de perder o pouco do muito que ainda me resta, virei um egoísta. Tolice minha! Angustiar-me com o que não tenho controle, com o que já me foi destinado. Porque a vida é como o tempo, só importa o presente, sem o ranço do passado e sem a agonia desesperadora do porvir. Criado em : 26/06/2024 Autor : Flavyann Di Flaff

POESIA ANÔNIMA

  O amor em suas mais variadas versões é esquecido pelo ibope midiático   seguindo seu trajeto cuida do inválido lembra repetidas vezes ao patológico esquecido celebra a vida na noite em claro   o bem no dia a dia não fortalece a audiência não celebra a concorrência só compactua a empatia   num mundo doente o amor é contrassenso é utopia   o pútrido atrai o alado carniceiro assim como o malfeito se transforma em midiático fetiche   Criado em : 28/06/2024 Autor : Flavyann Di Flaff

ELEGIA DEMOCRÁTICA

  Com vozes impostadas cooptam vidas fracassadas Numerologia perfeita para perpetuar a classe eleita   Elegia entre os mortos o salvador da pátria Entre tantos humanos tortos ascendeu um pária.   E entre os muitos que elegia mal sabia que em nada a sua vida nenhum mudaria   Porque o que só se via era seu sofrer e sua vida fracassada epitáfio que o vento fez correr em uma sonora elegia.   Criado em : 28/06/2024 Autor : Flavyann Di Flaff

SANTA ESQUIZOFRENIA

  Sobre os costumes, ninguém deveria legislar! Por que a visão alheia universalizar, se no lugar do outro ninguém quer estar?   Religioso ou mundano, nenhum dos dois é santo. Mil vezes, prevalece o profano.   Produz o espanto, a urna eletrônica eclética. Legisla sobre ética, o etílico legislador.   Sob o manto do amor, produz lei severa, que não separa predador daquela que gera.   Lava as mãos na bacia de Pilatos como a querer relativizar o seu ato. Contudo, o cinismo só evidencia a sua santa esquizofrenia.   Criado em : 17/06/2024 Autor : Flavyann Di Flaff

SINA

  Da capital, pouco sei! Sempre vaguei pelos recônditos dela. Vida sempre periférica, cidadela da sobrevivência, existência sem plano B, eternas batalhas homéricas.   Do capital, pouco sei! Na volatilidade do pão de cada dia, descubro a insuficiência do que suei.   No dia a dia, vivo a competição, norma-padrão da sociedade consumista, Igreja da qual todos nós somos dizimistas.   Sigo nesta vida Severina que, por um pano de chita, se fascina. Um filme imita a vida, e o capital a delimita. Enterramos, com isso, a esperança finda, e do pó, sempre voltaremos para cumprir essa sina.   Criado em : 17/06/2024 Autor : Flavyann Di Flaff