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SÉTIMO DIA

 

Domingo,
fim de tarde,
periferia imersa na alienação
do tempo livre – hora de lazer.
Sentado à mesa,
sorvendo o suor do labor diário,
que, mais tarde, sairá na urina
– Efemeridades do prazer!
Observa o copo ainda suado,
meio cheio, meio vazio,
frações de uma percepção dúbia
acerca de seu cotidiano,
lampejos de uma reflexão existencial!
Meio cheio está de sua inércia diante da vida,
e meio vazio anda, depois que a melancolia
o visitou certa vez, sem aviso prévio,
aboletando-se como uma visita
inesperada e indesejada.
Finda tarde dominical,
a mente e o corpo estafam,
um humano, no sarcófago de Hipnos, agora jaz.
 
Criado em: 20/01/2024 Autor: Flavyann Di Flaff

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