Pular para o conteúdo principal

LETARGIA


Que cansaço é esse que, do nada, vem assolar Sísifo,
despertando aquilo que mais tarde o torturará
– a tomada de consciência!
Esta ciência de que seus atos, hercúleos e repetitivos, são em vão,
já que não contribuem para o seu desenvolvimento humano,
pois os resultados são sempre infrutíferos e frustrantes.
Talvez parta de ensinamentos que primam pela formação de homens,
passivos e obedientes, aos quais é incutida a ideia
de que se consegue atingir, como pessoa,
a realização plena, através do próprio esforço.
Omitindo o fato de que vivemos em uma sociedade
na qual o conhecimento e o relacionamento com pessoas influentes
faz toda a diferença na plenitude de uma realização particular.
Afinal, a polissêmica meritocracia só poderá ser válida
quando todos os indivíduos de uma sociedade possuírem,
exatamente, as mesmas condições sociais, econômicas e psicológicas.
Portanto, até então, o que vemos e vivemos de fato é o aumento da injustiça social.
Realidade que tem levado muitos indivíduos a perecerem diante de uma impotência
que não lhes é própria, mas imposta por este sistema, de nada poderem ser.
Esse não adequar-se, leva a massa à letargia dos seus direitos
e, consequentemente, à sua morte, metafórica ou literal.

Criado em: 13/07/2019 Autor: Flavyann Di Flaff

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

ANDAR NA LINHA

  Quem se disfarçar por entrelinhas, um dia, o trem pegará!   Flavyann Di Flaff      03/10/2020

ILUSIONISTA DO AMOR

  O amante é um ilusionista que coloca a atenção do outro no ponto menos interessante, levando o ser amado a se encantar com o desinteressante. Quando o amante se vai, o amado age como um apostador, que, diante da iminência da perda, se desespera e tenta recuperar o que já foi. Mas, ao invés de encontrar o amor perdido, encontra apenas o reflexo de sua própria carência, como quem busca ouro em espelhos quebrados. Restando, então, ao amado, o desafio de enfrentar o vazio, reconhecer a ilusão e descobrir, enfim, que o verdadeiro amor começa, quando cessa a necessidade de iludir ou de ser iludido. Criado em : 14/11/2024 Autor : Flavyann Di Flaff

MUNDO SENSÍVEL

  E toda vez que eu via, ouvia, sorria, sorvia, sentia que vivia. Então, veio um sopro e a chama apagou.   Criado em : 17/01/2025 Autor : Flavyann Di Flaff